sexta-feira, junho 10, 2005

Delegado Betão lança arma não-letal

Cotriguaçú (MT) - Acumulando por décadas condecorações, hematomas e processos por abuso de autoridade, o delegado Maria Bethânia, o Betão, se considera um dos policiais mais experientes e eficientes do Brasil. A certeza é tanta que, após a tragédia de 11 de setembro de 2001, durante o auge da guerra de George Bush contra o terrorismo, enviou seu currículo para o FBI (Federal Bureau of Investigation), onde esperava seguir carreira após décadas de combate ao crime canarinho. Maria Bethânia, o Betão, jamais recebeu uma resposta do órgão americano, o que credita à tradicional proteção de mercado da maior economia do mundo. "Os gringos morrem de medo de que alguém melhor que eles tome seus empregos", argumenta. Para Kayleigh Dishwasher, funcionária do departamento de relações humanas no FBI, o motivo é outro. "Quando recebemos aquele monte de garranchos pensamos que fosse Anthrax. Foi direto pro lixo", explica.

A recusa do governo americano marcou a vida de Maria Bethânia, o Betão. Durante meses, o delegado esteve tão deprimido que passou a tomar todos os remédios de tarja preta que apreendeu em diversas operações contra a falsificação de medicamentos. "Era Prozac, Gardenal, Lithium, LSD, bala, o que viesse eu metia pra dentro, até Viagra e rebite (risos)", conta. O trauma foi superado recentemente, e hoje o consumo de Betão se limita a pequenas doses diárias de Benzitrat. Betão conta que recebeu o incentivo de muitos amigos para melhorar, mas nada foi tão importante quanto enfrentar o problema de frente. "Resolvi montar meu próprio FBI", revela.

No pequeno apartamento que divide com Jussara, seu fuzil AR-15 que não distingue raça, sexo ou classe social, Betão mantém um modesto escritório em cuja porta se lê "MBI - Maria Bethânia Investigatiom (sic)". Patrocinado por investidores anônimos ("Se eu contar quem me banca, amanheço com a boca cheia de formiga", brinca o delegado), o MBI reúne algumas das mais conceituadas personalidades do crime da região onde se situa a 26ªDP. "Cooptei a bandidagem. Afinal, quem entende melhor de crime que os criminosos?", questiona Betão.

E foi do MBI que saiu, há poucas semanas, uma das mais revolucionárias invenções na área do combate ao crime desde a invenção do estilingue. Betão apresenta o que garante ser uma das armas não-letais mais eficientes de todos os tempos: a técnica da "balinha sabor água-por-favor". Consiste numa
Em seu laboratório caseiro,
Betão pesquisa tecnologia
para combater o crime
pequena guloseima feita de goiabada e doce de leite e uma garrafa de água. "O segredo é o recheio. Tem mais de 100 gotas de pimenta por dentro da goiabada", confidencia. O uso da arma, ensina, é extremamente simples. Com a ajuda involuntária de um rapaz argentino detido durante uma blitz no centro da cidade ("Desacatou, vai pro xadrez", justifica Betão), Maria Bethânia, o Betão, mostra o funcionamento da balinha.

Após três dias trancado numa cela escura, sem alimentação, o argentino está faminto e aceita o doce. Em poucos segundos, o suspeito, desesperado, implora por água. É nesse momento que Maria Bethânia faz justiça. "Pode chorar o quanto quiser, que enquanto não confessar não toma a água", ameaça Betão.

A técnica é tão eficiente, assegura o delegado, que só na última semana foi possível solucionar mais de 20 assassinatos ocorridos na região nos últimos trinta anos. "Quase todos quem matou foi o moleque argentino", surpreende-se o delegado. "E usando uma das minhas armas!", revolta-se. Orgulhoso, Betão vê em seu invento uma nova era na guerra contra o crime. "A partir de agora ninguém mais precisa ficar se preocupando em não deixar hematoma, queimadura, fratura, trauma psicológico, essas bobagens", comemora. "Afinal de contas, que bandido vai querer dizer pros comparsas que apertaram ele usando água?", conclui com uma estrondosa gargalhada.


postado pelo Paulo às 14:19 | link | 1 comentários



terça-feira, junho 07, 2005

O mundo será sempre dos covardes

Nos filmes épicos ou de guerra é comum a figura do grande líder. É ele quem toma à frente de suas tropas. Invade cidades ou resiste a cercos diante de exércitos muito mais numerosos. No final ele é comemorado e, invariavelmente, fica com uma mocinha que é uma belezura só.

Mas cinema não é realidade. Se Aragorn tivesse existido ele seria lembrado pelos homens de Gondor como o grande herói morto na batalha contra o mal. Caso a história de Luke Skywalker fosse verídica, ele morreria na explosão da Estrela da Morte só para deixar de ser besta por querer bancar o herói.

Na vida real herói morre no final, quando não no começo. "Vamos companheiros de armas, vamos arrasar com essa horda de biltres!". "Pode ir otário. Vai morrer pro teu lado". Deve ser mais ou menos esse os diálogos que rolam num batalhão de pessoas de carne e osso. Nunca servi o exército, mas acredito que a primeira lição dos sargentos seja de que os covardes é que sobreviverão.

São os pusilânimes que voltam para casa e ainda dão uma cavucadas com as viúvas dos heróis. Quando me tornei jornalista (ô vantagem!) logo me disseram: "Não tente ser herói. Mantenha uma distância da notícia para não virar notícia". Nem precisava. Sempre primei pela total e absoluta covardia. Nunca briguei na minha vida. Minha cara já é feia suficiente para neguinho deixar ela mais amassada.

Não me envergonho disso. Tenho e cultivo quase todos os defeitos que um homem pode reunir. Sou avarento, sedentário, pouco higiênico, bebo e fumo demais, sou chato, meus amigos são chatos, tenho chatos. Mas, quando os Incas Venusianos invadirem o planeta, serei eu um dos sobreviventes. Isso porque, com certeza, haverá uma resistência humana. Virarei delator por meros trocados. Eu sobreviverei.

Enquanto os heróis estiverem servindo de cobaias nas experiências dos ETs, com sondas pela boca, umbigo e o rabo, estarei curtindo com as alienígenas de quatro peitos, tomando todas e dando um foda-se para quem me pintar de traidor.


postado pelo Anônimo às 17:07 | link | 1 comentários



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