BRASÍLIA (DF) - Atendendo aos apelos de artistas execrados pela mídia, o ministro da cultura e boa-praça, Gilberto Gil, instituiu o Conselho Nacional de Afetividade (CONAFET). A entidade nasce para acolher e distribuir afeto gratuito para músicos, atores e artistas plásticos não-compreendidos ou vítimas de comentários pouco elogiosos da crítica e do público. "A falta de afeto nos afeta e nos afoita, afastando a aflição para o afã de nossas aflitudes", explicou Arnaldo Antunes, um dos líderes da classe artística achincalhada pela sociedade. Segundo Gil, mesmo os artistas "meia-boca" precisam de carinho e atenção para que não desanimem e continuem seu trabalho rumo ao sucesso, "veja o meu caso", disse o ministro.

postado pelo Doda Vilhena. às 14:47 | link | 0 comentários

Caramujo Africano ameaça Famoso Compositor de morte
Por Paulo Guedes

Registrou hoje no 26º Departamento de Polícia boletim de ocorrência alegando constantes ameaças de morte o Famoso Compositor. Famoso relata ter recebido diversas ligações do Caramujo Africano em seu telefone celular e sofrido inúmeras ameaças de retaliação após a publicação de um poema em que acusava o Caramujo de atrapalhar o trânsito. "Não estava falando necessariamente do Caramujo, era apenas um personagem", defende-se o Famoso Compositor.

Segundo o delegado Ferdinando, é improvável que haja relação entre o poema e as ameaças. A polícia trabalha com a suspeita de que o Caramujo esteja tentando lavar sua honra, pois há indícios de que a ex-namorada do molusco, Railene Michelly, teria sido vista em companhia do Famoso Compositor fazendo compras em um açougue do subúrbio da cidade. Apesar das insistentes negativas do poeta, diversas revistas sobre o mundo animal teriam publicado fotos de Railene comprando toucinho e fraldinha na semana passada. "Ela sabe que eu sou vegetariano", desconfia Caramujo.

postado pelo Paulo às 10:07 | link | 0 comentários

"Continua caça ao caramujo gigante africano"
Por Doda Vilhena

Ainda desaparecido o Caramujo de origem africana que foi visto ontem pelas ruas da cidade. O molusco é acusado de vários crimes, dentre eles, asco e indução à náusea. Uma viatura da polícia militar localizou o elemento ontem no final da tarde, passeando pelo centro da cidade, acompanhado de uma mulher de prenome Railene.

Ao perceber a aproximação do veículo policial, o Caramujo, identificado cientificamente como Achatina fulica Bowdich saiu em disparada na direção contrária ao fluxo da avenida, alguns populares tentaram alcançá-lo, mas após transmitir algumas doenças e enojar duas senhoras que saíam de uma agência bancária, Bowdich conseguiu escapar.

Os policias levaram a acompanhante do caramujo, Railene Michelly, para o 12º Distrito para prestar esclarecimentos. Ela disse ao delegado Almeida que não sabia que Bowdich era um caramujo e muito menos que se tratava de um fugitivo do continente africano. "Ele me disse que era do Rio de Janeiro e trabalhava no Bob's". Railene namorava o Caramujo Africano havia três meses e relatou aos policiais que nos últimos tempos o molusco andava mexendo em suas coisas e sumindo com dinheiro para "gastar tudo no carteado e no bilharito".

postado pelo Doda Vilhena. às 18:21 | link | 0 comentários

"ÁTICA! ÁTICA! ÁTICA!" - Grito dos funcionários em greve da editora Ática, 1983.

Primeiro amor
Por Wilson Cremonese

Garotos, garotos.

Meirianne foi minha primeira namorada. Por isso e por outro motivo ela ficou marcada em minha memória. Foi a primeira a me dar um fora. Duas vezes. Da primeira vez fiquei magoado. Na segunda, puto. Era namorada do tipo de freqüentar a casa dela, tomar cerveja com o pai e até esquecer de dar a descarga no banheiro. Com o tempo a relação esfriou e ela disse que não me queria mais por perto. Homem que sou não via nada de errado. Ela reclamou que não era romântico.

Confesso que romantismo não era nem é minha praia. Eu lhe perguntava como era esse negócio de ser romântico. Ela respondia que só por ter que ensinar já mostrava que não valia a pena.

Caralho, muita gente já havia dito que eu não valia de nada, mas nunca alguém tão bonito como Meirianne. Em apuros, recorri a quem sempre ajuda nessas horas: Gabrielo. Taí amigo pra todas as horas. "Gabrielo, preciso de uma dose de romantismo para voltar com minha pequena". Rude, mas sensível ao mesmo tempo, Gabrielo me emprestou a coleção de Sabrinas, Júlias, Biancas e afins. Ensinou a fazer ponto e cruz e disse para não ter vergonha de chorar na frente dela (aliás, disse pra chorar mesmo que não sentisse vontade) e, principalmente, para presentear-lhe com flores.

Tava aceitando tudo, mas essa última parte não. Flores, nem pensar. "Porra, Gabrielo, pra que serve flor?" Não, nem pensar. Não serve de nada. Disso sabia e não ia ceder. Fiz o dever de casa e, dois dias depois, voltei á casa da Meiri.

Lá eu pedi de joelhos e com lágrimas nos olhos para uma conversa, tipo debater a relação. Reticente ela aceitou. Disse que gostava muito dela, a achava sensacional, especial e, acima de tudo, inteligente (o que um homem não faz pra uma garota baixar a calçola?). Garotos, tava dando certo. A moça cedia e até esboçava um sorriso.

Mas, precavido como sou, tinha uma arma secreta escondida na minha Rural caso a investida inicial mostrasse-se infrutífera. Não estava, mas meu orgulho falou mais alto e resolvi fazer uso dela.

Em tempo, antes de ir ao encontro fui à reunião semanal do AA conversar com meu pai. Lá contei por alto o meu caso e ele, com sua sabedoria adquirida em anos de pés sujos, concordou comigo quanto à inutilidade das flores. Disparou: "Filho, mulé realmente gosta dessas coisas de romantismo e não há nada mais romântico que uma cesta básica. É tiro e queda. Pá e te aquieta".

Quando meu finado pai falava, tava dito. Era batata. Antes do encontro fui no melhor supermercado com a lista de cesta básica padrão feita pelo Procon: arroz, feijão, açúcar, café, farinha de trigo e de mandioca, batata, cebola, alho, ovos, margarina, extrato de tomate, óleo de soja, leite em pó, macarrão, biscoito, carne de primeira e de segunda, frango, salsicha, lingüiça, queijo, sabão em pó e em barra, água sanitária, detergente, papel higiênico, creme dental, sabonete e desodorante.

As chances de me dar bem eram quase todas. Pois bem, quando ela já tava me aceitando de volta resolvi dar o golpe de misericórdia e disse que buscaria uma surpresa no carro. Eu que não sou bobo tratei de mandar fazer um embrulho bem bacana. Ela me viu com aquele presentão e os olhos brilharam. "É hoje", pensei.

Depois de alguns beijinhos ela desembrulhou o caixote com sofreguidão. Ela ficou sem palavras e me olhava fixamente. Crente que tava abafando. "É toda sua benzinho. Tomei a liberdade de comprar a versão feminina, com a inclusão de um pacote de absorvente. Também acrescentei uma quarta de charque ponta de agulha para fazer o tira-gosto de mais tarde".

Depois de quase cinco minutos em silêncio ela pediu licença e entrou. Levou a caixa. Logo depois ela retornou com o irmão marombeiro a tiracolo e mandou ver; "Tá pensando que sou teu palhaça? Some daqui e nunca mais aparece!". Fui embora.

Passei acordado a noite toda. Um pensamento não me saía da cabeça: "Porra, ela tinha que ficar com a cesta básica?".

Nuca a esqueci, tanto que, mesmo passados 22 nos, quando a vejo na rua me escondo e grito: "MEIRI, VAI TOMAR NO CU!".

Abraços.

postado pelo Doda Vilhena. às 23:41 | link | 1 comentários

Muito me entristece o fato de já começarmos este blog com uma picuinha desta iniciada pelo Sr. Paulo Guedes. Além de moralmente inapto a falar uma vírgula sobre qualquer outro integrante do site, o Sr. Paulo não possui qualidades intelectuais suficientes para estar entre nós, reconhecidos baluartes da comunicação oral e escrita em língua portuguesa. Vou ainda mais fundo, em tom de denúncia, dizer que Paulo está aqui tão somente por ser afilhado político do prefeito de São João do Meriti - Zuzu Mocotó ? que em troca de uma cesta básica para nosso webmaster, pediu um posto de colunista para o referido Sr. Guedes.

postado pelo Doda Vilhena. às 21:29 | link | 0 comentários

Quando eu aceitei o convite pra escrever aqui, me prometeram que eu estaria rodeado de intelectuais. Até agora só vi um monte de adolescente querendo "testar". Pra que esse monte de teste? Então vocês não sabiam que o blogspot funciona, sim? Pra que essa desconfiança toda? Estão com medo de computador? Por acaso alguém aqui vai entrar num consórcio pra adquirir um blog e decidiu fazer um test drive antes? Vocês me decepcionam, me envergonham!

postado pelo Paulo às 16:49 | link | 0 comentários