quinta-feira, dezembro 01, 2005

Mais farsas

Outro mito do mundo contemporâneo é o esdrúxulo animal conhecido como Ornitorrinco. Você já viu ou conhece alguém que tenha visto um exemplar desta espécie? Fora a TV e os livros, onde mais você encontra um Ornitorrinco? A bizarra mistura de pato com pingüim nada mais é do que uma invenção do neozelândes Kent Ritz Carlton (1878-1886). Carlton, que residia em uma fazenda, desde muito cedo conviveu com patos e galinhas e um dia fez um rabisco do que seria um animal híbrido entre as duas espécies. Em 1920, o americano Walt Disney comprou o desenho de Carlton em um bazar de Hong Kong e baseado nele criou o Ornitorrinco Donald que foi um fracasso de público. Disney reformulou o personagem tirando as características de galinha e deixando-o mais parecido com um pingüim. Quando o personagem parecia destinado ao sucesso, um ajudante de Disney, Minister L. Strike, neozeladês de nascimento, fugiu com o projeto de volta para a Nova Zelândia, onde lançou o Ornitorrinco comercialmente. Até hoje a família de Strike ganha direitos sobre as falsas imagens de Ornitorrincos divulgadas pelas TVs em programas sobre bichos estranhos. Algumas são facilmente identificadas como farsas, como os documentários japoneses da década de 70 sobre o bicho, onde percebe-se claramente que os Ornitorrincos são bonecos de massa.


postado pelo Doda Vilhena. às 09:59 | link | 4 comentários



segunda-feira, novembro 28, 2005

O som do barzinho

Chegaram à conclusão de que seria impossível proibir a formação das rodinhas, afinal, qualquer conversa sobre os gols do final de semana ou um novo tipo de esmalte de unha já colocavam as pessoas em círculo, tornando difícil a identificação do propósito da rodinha. Além disso, a quantidade de fiscais de rodinha necessários ao controle de tal proibição deixaria o sistema altamente suscetível à corrupção.

A solução encontrada então foi a proibição da fabricação, venda, uso e porte do violão. O raciocínio era simples: as rodinhas de violão eram formadas basicamente por dois elementos, uma rodinha e um violão. Como estudado, o extermínio das rodinhas era algo praticamente impossível, até mesmo porque acabaria com passatempos saudáveis da população, como a porrinha, o truco e a fofoca. Tornar o violão ilegal também não era tarefa simples, porém, o benefício que a medida traria - o fim das rodinhas de violão, era algo que lhes trazia brilho no olhar.

As fábricas de violão que fecharam voluntariamente receberam indenizações, outras, preferiram migrar para a fabricação de instrumentos sem cordas e receberam incentivos para tal. O programa de desviolonamento da sociedade civil foi colocado em prática e quem possuía um violão em casa pôde trocar seu instrumento por um real em postos autorizados, sem perguntas, sem burocracia.

Quem era flagrado tocando violão tinha seu instrumento confiscado e, nos casos mais leves, pagava apenas uma multa. Alguns reincidentes foram condenados à pena máxima: um mês em sala acusticamente isolada escutando “Pingos de Amor” de Paulo Diniz ininterruptamente.

As medidas foram eficientes em curto prazo, mas um grupo de cantores de barzinho, malas de churrasco e pentelhos de acampamento lançaram através da Internet uma série de CDs de karaokê de violão. Bastava o pretenso cantor entrar com sua voz. Em pouco tempo, as rodinhas de som portátil espalharam-se pelo país. Era preciso avançar nas medidas de repressão, era preciso proibir também os artistas fornecedores das músicas de rodinhas de se divulgarem, realizarem shows e vender discos.

Uma gigantesca lista de cantores foi elaborada e os mesmos expulsos para diversos países. Seus discos e músicas tiveram venda e execução proibidas. Quem possuísse discos dos artistas listados poderia trocá-los em postos autorizados na proporção de um real para cada 10 álbuns, sendo que os de Jorge Versilo deveriam ser entregues de graça.

Nos dois primeiros anos das novas medidas a taxa de crescimento do país chegou aos 15%, o desemprego e a violência caíram vertiginosamente. O superávit da balança comercial foi o maior de todos os tempos, o número de turistas estrangeiros quintuplicou e o quilo da farinha estava 82% mais barato.

Atualmente, o Brasil sofre pressões internacionais para que aceite seus cantores de voz e violão de volta. Os EUA já estacionaram dois porta-aviões próximos do nordeste brasileiro e tropas de uma ampla coalizão internacional concentram-se na Argentina e no Paraguai para uma possível invasão. A ONU está à frente das negociações, mas os brasileiros juram lutar até o último homem.



postado pelo Doda Vilhena. às 22:07 | link | 2 comentários



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