segunda-feira, março 28, 2005

Wilson Cremonese, o mito em revista

Em 1982 Wilson Maria McNamara y Lampurdos Pirixan Cremonese sonhou que morreria no dia de seu aniversário. Desde então uma semana antes da data (03/04) ele vira um recluso e monta barraca ao lado do hospital das clínicas. Quando do sonho, WC resolveu deixar para a eternidade suas memórias. A partir do ano seguinte ele começou uma série de entrevistas com Gabrielo Pirixan, seu primo e maior amigo, que duraram até setembro de 1993. As conversas terminaram porque Gabrielo não sabia que era para redigir o que WC ditava. Quase foi o fim da amizade.

A partir de 1994 eu passei a estagiar na Hiodrovácuo S. A. e, entre cafezinhos e idas à padaria, virei o biógrafo do mito Cremonese. Essa relação acabou em 2001 quando finalmente me dei conta que ele nunca me pagaria a bolsa do estágio. No entanto, ficou a amizade e as milhares de páginas narrando suas peripécias mundo afora. De vez em quando ele pede que devolva a papelada, mas já disse que só com dinheiro na mão.

Como falta menos de uma semana para o natalício do Rei do Hidrovácuo e, como citado, ele está incomunicável, sem poder abrilhantar o Ressaca Moral, decidi por uma pequena indiscrição e contar algumas passagens empolgantes de sua vida. Depois dessa outras virão, como a passagem como cabeça-de-área no Liberato de Castro ou a Caravana Piparote, que levava espetáculos de telecatch ao interior.

"Era 1977 e participava do coral dos Capuchinhos. Cantar nunca foi minha praia, mas na viola me arranjava bem. Voz quem tinha era Gabrielo. Influenciados pelos sons da mocidade resolvemos montar uma banda de rock. Gabrielo enganava bem no contrabaixo, eu na guitarra e o Piroba na bateria. Eugênio Konstantinopoulos, o Piroba, era filho do grego dono da maior confeitaria da cidade, o que garantia espaço suficiente para os ensaios.

Montada a banda decidimos pelo Heavy Metal com uma batida incidental de carimbó. Em janeiro de 78, depois de muitos ensaios e de finalmente batizada, a "Sangre Maria" faria seu primeiro show. Era o baile de debutantes do Clube Sírio Libanês e a platéia formada pela nata da sociedade de Belém.

Tínhamos apenas duas músicas. Um cover de "Segura na Mão de Deus" (Se as tristezas dessa vida quiserem te sufocar / Segura na mão de Deus e vai, vai, vai, vai) que Gabrielo teimava cantar em falsete, e o hit que deu nome à banda, "Sangre Maria, Sangre!". (Maria tava no corredor / Escorregou e bateu com a cabeça no jirau / Corre Moacir, corre para acudir / Ela não vai sobreviver / Sangre Maria, sangre! / Sangre Maria, Sangreeeeeeeeeeeeeeeee!)

A recepção do público não foi a esperada e nossos planos de fama, riqueza e luxúria terminaram por aí. A confeitaria que nos bancava fechou e eu e Gabrielo passamos a nos apresentar em celebrações dos Carismáticos, dessa vez denominados "Maria é Bossa". Também não durou muito."


postado pelo Anônimo às 16:18 | link

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